terça-feira, 2 de setembro de 2008

NOTÍCIA "JORNAL DE TONDELA"


Molelinhos

Escola Futebol Clube já prepara nova época desportiva



O início do campeonato principal de futebol feminino está marcado para o próximo 14 de Setembro, mas a nova época desportiva já mexe em Molelinhos.

Nesta altura o plantel já está praticamente definido, com muitas entradas novas, mas mantendo também a principal estrutura da época passada, incluindo aquelas atletas mais consagradas e de selecção e que repensaram mesmo a sua continuidade no clube que as projectou.

Carlos Maneira, membro das anteriores direcções assumiu há pouco mais de 15 dias a presidência do Escola Futebol Clube de Molelinhos, com muito gosto, mas também devido a alguma saturação dos seus antecessores.

O actual presidente da direcção disse ao nosso jornal que recebeu esta responsabilidade "porque acho que aquilo que se tem feito, ou seja a construção do Escola Futebol Clube de Molelinhos e da própria equipa, não podia ser deixado em mãos alheias e esse foi um dos principais motivos pelo qual aceitei o cargo…".

A acompanhar Carlos Maneira estão pessoas humildes dispostas a trabalharem e por isso este responsável considera que quem dirige os destinos do clube é toda a direcção e não apenas o seu presidente.

A gratidão é muito importante na óptica do presidente do clube e por isso lembra que ao longo de mais de uma década passaram pelo clube pessoas como o Osvaldo que pegou na equipa com muitas dificuldades financeiras. Era quase necessário andar de amigo em amigo para darem uma colecta e depois inscreverem as equipas e as atletas. Depois passou também pelo clube o Fernando Matos e o "Álvaro que fez aqui um trabalho importante quer queiram quer não foi um indivíduo que impulsionou o Escola Futebol Clube, mesmo sem ter grandes condições para o fazer…".

Carlos Maneira não esquece que um dia o encontrou no campo de futebol a chover e ao mesmo tempo a alinhar o campo sozinho e foi nessa altura que "me propus ajudá-lo, pondo aqui a publicidade que hoje aqui existe e que as pessoas têm pago em dia…".

Todos na defesa do clube e das atletas

Na preparação de uma nova época desportiva as dificuldades são muitas, porque o ano passado tínhamos aqui uma equipa que se batia de igual para igual com as outras e agora o nível tem de ser mantido. Este ano há um conjunto de atletas novas que vão iniciar uma carreira no clube, tendo sido recrutadas em Mortágua, Santa Comba Dão, Valverde, Canas de Santa Maria, Muna, Botulho, o que quer dizer que nenhuma atleta que aqui está presente é natural desta terra.

Neste momento já existe um leque significativo de atletas, estando o seu presidente a tratar da sua inscrição na Associação de Futebol de Viseu, processo que poderá ficar concluído no decorrer desta semana, tendo sido feita a inspecção médica no último domingo, dia 24 de Agosto, da parte da manhã nas instalações do clube.

Para Carlos Maneira importante foram também as garantias dadas pelos presidentes cessantes da direcção, Jorge Ribeiro e Assembleia-Geral, Sérgio de Matos de que vão ajudar integralmente na resolução de alguns pormenores considerados relevantes.

Estes dois ex-dirigentes irão ajudar nalgumas situações para as quais estavam mais talhados "dado que assumimos as novas funções de uma forma um tanto ou quanto desprevenidos". A transição foi repentina e por isso toda a ajuda nomeadamente de ordem burocrática é importante que sejam salvaguardados para que nada falhe no que toca ao arranque da nova época desportiva.

Carlos Maneira não poupa elogios a Jorge Ribeiro no que diz respeito à sua competência, afirmando mesmo que não encontrou paralelo pelos clubes onde já passou, fazendo questão de lhe prestar a sua homenagem pelo facto deste sempre ter dirigido o clube com grande responsabilidade.

Relativamente àquilo que o Escola Futebol Clube pode dar às suas atletas também é algo que prende atenção do presidente da direcção, afirmando que carinho e dedicação nunca faltará, excluindo por completo pagar qualquer tipo de salário por mais pequeno que seja.

Depois as despesas também são muitas porque o clube tem duas carrinhas na estrada e por isso é preciso pagar o gasóleo, amortecedores, pneus, seguros, há ainda que contar as atletas que não utilizam estas carrinhas, mas vêm em carros próprios mas em que o clubes também assume essas despesas de deslocação.

As contas são fáceis de fazer: "nós temos que pagar ao fim de cada mês 25€ por cada treino e cada jogo, totalizando cerca de 300€ por cada atleta". Estas pessoas têm que receber esse dinheiro porque elas vêm aqui dar o seu contributo a uma terra que não é a delas e isso é o mínimo que o clube pode oferecer. Se não fossem as ajudas que nós temos da Câmara Municipal de Tondela e da Junta de Freguesia de Molelos, não era possível dar um único passo em frente, porque nunca teríamos condições financeiras de o fazer…".

É preciso pedir ajuda com educação

Talvez por isso é que Carlos Maneira defende que é preciso ir pedir junto dessas instituições com educação, "não podemos ir com arrogância e prepotência e para além disso orgulhamo-nos de dizer que a população de Molelinhos na sua grande maioria está com o clube".

O presidente da direcção do Escola Futebol Clube reforça a ideia de que é preciso ter as condições necessárias para encarar as entidades competentes e explicar as nossas necessidades para que possamos ser bem sucedidos nas nossas reivindicações. Este responsável admite também que nem sempre é devidamente compreendido por algumas pessoas, talvez aquelas que nunca fizeram nada em termos sociais e desportivos em prol da comunidade.

Mas, o presidente do Escola Futebol Clube de Molelinhos, não está disposto a alimentar animosidades entre quem quer que seja, convida mesmo todos sem excepção a aparecerem na sede do clube porque serão bem acolhidos com carinho e respeito e "estaremos dispostos a aceitar todo o tipo de ajuda".

O actual presidente do Escola Futebol Clube afirma que está grato às empresas de Molelos, Tondela, Molelinhos e Botulho, pela publicidade que têm exposta no campo de futebol e é graças a eles que este dinheiro tem contribuído para os melhoramentos e para poder arcar com as dificuldades financeiras que o clube atravessa.

Carlos Maneira deixa ainda outro apelo no sentido de que mesmo compreendendo que as pessoas que vão domingo a domingo assistir aos jogos gostariam de que a sua equipa ganhasse sempre. Esse desejo reflecte-se também desde logo na vontade das próprias atletas. Agora o que acontece é que nem sempre isso será possível, pedindo compreensão às pessoas para eventuais desaires.

As atletas não são de Molelinhos e mesmo assim "vão dar o seu melhor em prol da nossa terra, para além disso são pessoas que estudam, umas já são formadas e merecem mais respeito do que aquilo que tem acontecido…".

Em jeito de conclusão, Carlos Maneira reforçou ainda que o futebol feminino em Molelinhos faz com que as pessoas se divirtam e apreciem a verdadeira essência do desporto. O trabalho da treinadora Catarina Regalo também foi destacado e que vai ter a ajuda do professor de Educação Física Patrick que já jogou no Molelos, Tondela e Repeses. Uma dupla que se entende bem e que pode ser uma das chaves para o sucesso.

Por último, ainda frisou o facto de que é importante que as pessoas não se coíbam de dar o seu contributo monetário nos dias dos jogos. Só assim será possível fazer face às despesas que se avizinham e as quais é necessário enfrentar com determinação para manter a chama viva do futebol feminino em Molelinhos.


ver em Jornal Tondela


6 comentários:

Anônimo disse...

"Na altura do José Augusto, houve alguma celeuma por serem convocadas para a selecção A jogadoras de futsal, ou seja, jogadoras que não treinavam futebol de 11.

Ainda continuam a ser convocadas?
O problema é que nós não temos uma formação muito boa em Portugal. Ou melhor, ainda não há formação. Nós estámos a começar a trabalhar nesse projecto e a FPF, com a aposta nesta nova equipa técnica, está a procurar desenvolver o futebol feminino. Agora, vai é demorar algum tempo. Portanto, o nosso 1º objectivo é o futebol de 11, e é ir buscar jogadoras ao futebol de 11, mas quando há lacunas, como as podemos tapar? Se as jogadoras não estão no futebol de 11, estão no futsal, e temos que ir ao futsal por recurso.

As jogadoras são incentivadas a procurar clubes de futebol de 11?

Claro, começamos logo por incentivá-las a procurar clube e damos-lhes uma margem de tempo para o fazerem. O que também temos tentado fazer é incentivá-las a, para além de praticarem futsal, procurarem treinar futebol de 11 pelo menos 2 vezes por semana, nem que seja com rapazes. Assim depois é mais fácil a integração, a nível físico, etc. O que também não me parece justo é expulsar as jogadoras de futsal que já cá estão, que vêm desde o tempo do José Augusto, porque elas já pertencem a um grupo. Não acho lógico a pessoa chegar aqui e nós dizermos “olha, já não precisamos mais de ti”, visto que elas também tiveram – e têm – valor para cá estar."

Pois é, senhores dirigentes e treinadores, a Seleccionadora Nacional de Futebol de 11 terá confessado que estimula as jogadoras de Futsal a abandonarem o Futsal e optarem pelo Futebol de 11.
Pensar o quê ? Esta entrevista a ser verdadeira é uma autentica punhalada nas costas dos clubes que apostam no Futsal Feminino e sustentam o recheio das convocatórias da Seleccionadora.

Entendo que, a ser verdadeira esta entrevista, isto é motivo suficiente para que a Seleccionadora se demita das suas funções.


ALGUNS COMENTÁRIOS:

Não pretendo nem ouso avaliar as capacidades da Mónica Jorge, porque com toda a certeza que o IV Nível não lhe terá saído em nenhum pacote de “OMO”, se bem que, a minha experiência de dirigente tem-me ensinado que um canudo vale o que vale, não sendo sinónimo de competência técnico/táctica e de leitura de jogo.
Se calhar ela até poderá estar a ser vítima de directivas da Federação Portuguesa de Futebol, isto porque toda a gente sabe, que esse organismo não cria nem criará nos próximos tempos, a Selecção Nacional de Futsal Feminino nem um Campeonato Nacional Feminino, sendo a Selecção Nacional Universitária, apenas um fait-divers para inglês ver.
E não cria uma Selecção Nacional Porquê ?
Porque a Federação quer segurar a toda a força o futebol de 11 feminino, que está com visíveis dificuldades de sobrevivência. Por conseguinte, uma vez que o futsal cresce em grande escala, a estratégia passa por desmotivar as atletas desta modalidade, com a finalidade de as apanhar para o futebol de 11. Resumindo, enquanto o futebol de 11 feminino não tiver raízes sólidas, não será criado um Campeonato Nacional Feminino nem reaparecerá a Selecção Nacional Feminina.
Existem no futsal feminino três ou quatro centenas de equipas a disputar os vários campeonatos distritais, enquanto que no futebol de 11 feminino, existem 24 equipas em todo o país, portanto é hora dos clubes de futsal feminino, se juntarem e exigirem o mínimo de respeito pela modalidade. Não se compreende, como é que, sendo o futsal feminino o desporto colectivo mais praticado por mulheres em Portugal, é também o único que não tem um campeonato Nacional.
É hora de combater a falta de visão e de coragem no apoio ao futsal feminino. É hora das várias Associações distritais começarem a transmitir à Federação Portuguesa de Futebol, as preocupações que lhes chegam dos clubes, relativamente ao futsal feminino. É hora da F.P.F. criar um Campeonato Nacional, porque caso não sejam tomadas medidas para mudar a situação actual, o Futsal Feminino poderá vir a passar por sérias dificuldades, pois é lógico que as atletas comecem a desistir ou a optar por outra modalidade que lhes ofereça algo mais, do que uma ultrapassada Taça Nacional.
É hora de ser criada a Selecção Nacional Feminina de Futsal e um Campeonato Nacional Feminino de Futsal.

Termino com uma sugestão.
Dadas as circunstâncias, é urgente que os clubes com futsal feminino, se juntem numa reunião a nível nacional,é necessário discutir este problema que se arrasta já há muito tempo, sem que nada se faça.

Anônimo disse...

lacuncas no futebol feminino? claro que existem! Mas não se pode dizer que há falta de jogadoras de futebol 11. Porque há bastantes jogadoras e de grande valor. Simplesmente não são convocadas e em seu lugar vão jogadoras de futsal. Não é de maneira alguma duvidar do valor das jogadoras de futsal em questão (pelo que apurei são excelentes jogadoras) mas a Srª Monica Jorge podia alargar o leque de jogadoras de fut 11(observação frequente de várias equipas) pois existem grandes jogadoras que poderão fazer a diferença.
No futsal são imensas as jogadoras que chegam e sobram para fazer uma bela selecção nacional.
é complicado trabalhar as camadas jovens mas penso que no futebol de 11 é mais complicado conseguir isso...

Anônimo disse...

Não entendo a não existência de uma selecção nacional na modalidade de futsal. Equipas há muitas com imensas jogadoras e de grande valor. Basta à FPF apostar!
Apostem no futebol feminino (nas duas vertentes)! E a FPF tem de ser a primeira a apostar AINDA mais! Dar o devido valor as estas jogadoras que jogam com amor à modalidade e à camisola!

Anônimo disse...

O futebol feminino só vai evoluir quando sentir apoio verdadeiro por parte das "altas patentes"... se não só estão ali para "inglês" ver

Anônimo disse...

"As atletas não são de Molelinhos e mesmo assim "vão dar o seu melhor em prol da nossa terra, para além disso são pessoas que estudam, umas já são formadas e merecem mais respeito do que aquilo que tem acontecido…"

Esta frase diz tudo, meus amigos e amigas! Vejam só o sacrifício destas jogadoras que se deslocam até Molelinhos para treinar e jogar e dispõem o seu tempo em prol do futebol e da terra que representam. E pelo que sei duas das jogadoras já são formadas e fazem tudo por tudo para encaixar o futebol na sua vida pessoal e profissional... é de louvar! E no entanto os apoios são poucos! Desanima um pouco jogar sem os apoios necessários mas a força das jogadoras é grandiosa que ultrapassa qualquer obstáculo! Eu tiro o chapéu e aplaudo a atitude destas jogadoras! É fantástico ver e sentir esta a força de vontade!

João Carlos disse...

Cada vez mais aumenta a minha admiração e o meu carinho pelas atletas, técnicos e dirigentes de um clube com o qual tive o raro previlégio de trabalhar e onde acredito voltarei um dia.
As maiores felicidades para a época que se avisinha, esperando como amigo e fã a melhor classificação possível.
Sempre ao v/ dispor, o amigo massagista. João Carlos Vale